sexta-feira, 29 de junho de 2012

ROMANTISMO NA MÚSICA POPULAR - Cheek to Cheek

Os anos que se seguiram à quebra da bolsa de Nova Yorque em 1929, foram chamados de "a grande depressão". O quadro era de falência econômica da grande nação norte americana, que só foi salva pela perspicácia e inteligência do presidente Roosevelt e seus assessores econômicos, ao lançarem o programa New Deal (Novo Pacto), pelo qual as empresas e os milionários concordavam pagar mais impostos, para que o setor público investisse pesadamente em obras de infra estrutura, dando emprego para os trabalhadores demitidos pela indústria e pela agricultura, por conta da grave crise que se abateu sobre a América.  Assim, ao mesmo tempo em que os desempregados conseguiam alguma renda, passavam a consumir mais produtos, fazendo a economia girar. Uma das mais famosas peças do jornalismo fotográfico, feita em 1936, mostra uma  mãe de família, cujo marido havia perdido o emprego cinco anos antes e faleceu neste período, deixando à mãe das crianças o encargo do seu sustento. Seu olhar de angústia e preocupação mostrava bem o estado em que se encontrava a auto estima dos norte americanos. 

Foto histórica, considerada símbolo da grande depressão dos anos 30 nos EUA  

Como sempre acontece, foi durante essa crise que a arte cinematográfica e a música floresceram nos Estados Unidos. Parece que a preocupação coletiva pela sobrevivência influi na criatividade dos artistas, como fenômeno universal. Também no Brasil, o período de maior criatividade e sensibilidade artística foram os anos da censura, imposta pela ditadura militar. Parece contraditório, mas, é assim que funciona. 

Durante a "grande depressão", brilhou intensamente a luz de um casal, para o qual o grande Federico Fellini viria prestar uma homenagem cinematográfica fascinante, 40 anos depois do tempo real onde eles estrelaram as mais encantadoras fantasias musicais já então produzidas. Fred Astaire e Ginger Rogers, um casal de dançarinos e cantores.  Eles faziam a alegria dos americanos e ajudavam a esquecer os transtornos da crise econômica, criando obras onde pontificam o romance, ao som de belíssimas canções populares. Foi quando o Jazz, que já havia feito sucesso na elite da Europa, deixou os guetos pobres dos bairros negros e foi incorporado pelo glamour dos musicais da Broadway e do cinema de Hollywood, como na canção Cheek to Cheek, que estreou em 1936 no filme "Top Hat",  e até hoje já apareceu em dezenas de produções musicais da Brodway de Nova Yorque. 





Paraíso
Eu estou no paraíso
E meu coração bate tanto que eu mal posso falar
E eu pareço ter encontrado a felicidade que procurei
Quando nós estamos juntos, dançando de rostos colados

Paraíso
Eu estou no paraíso
E as preocupações que me atormentaram durante a semana
Parecem desaparecer como num golpe de sorte em uma loteria
Quando nós estamos juntos, dançando de rostos colados

Oh, eu gosto de subir a montanha
E alcançar o pico mais alto
Mas isto não me emociona nem a metade 
Do que dançar de rosto colado com você

Oh, eu amo sair para pescar
Em um rio ou riacho
Mas eu não me divirto nem metade 
Do que dançar de rosto colado com você

Dance comigo
Eu quero sentir seu corpo abraçado ao meu
Este encanto me levará ao Paraíso

Paraíso
Eu estou no paraíso
E meu coração bate tanto que eu mal posso falar
E eu pareço ter encontrado a felicidade que procurei
Quando nós estamos juntos, dançando de rostos colados
Juntos na noite dançando
Juntos na noite dançando de rostos colados
  













                     

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