quinta-feira, 23 de maio de 2013

Ônibus amazônico de Rio Branco a Cuzco





Ao contrário de Porto Velho, a cidade de Rio Branco, no Acre, é uma belezinha!  Tudo muito limpo, bem cuidado, bonito, equipamentos urbanos modernos, uma auto estima evidente no ar!  

Ao se parabenizar seus moradores pelo que encontramos, não raro a resposta era "Não foi sempre assim, não senhor." E quando se investiga para saber detalhes, fica muito claro que a transformação deveu-se ao período que se iniciou com o primeiro governo de Jorge Viana, irmão do atual governador, também do PT.  Eu que não tenho qualquer simpatia por este auto denominado Partido dos Trabalhadores (arre!), ainda que tenha sido um de seus fundadores,  sou obrigado a tirar o chapéu para este grupo político, que tirou o Acre das mãos dos antigos exploradores de recursos naturais e deu a seus cidadãos a experiência de escolher suas próprias alternativas. É certo que no final se formou uma outra elite, em torno desse povo da classe média de Rio Branco, a capital, em aliança com a herança que sobrou de Chico Mendes e sua experiência comunitária nos seringais. Mas, é evidente que mesmo isso é muito melhor que os que serravam os corpos dos inimigos com moto-serras.    



 













Quando iniciamos esta aventura, pensávamos que haveria linha aérea que servisse as duas importantes cidades. Não há. Para o indivíduo deixar Rio Branco e chegar a Cuzco de avião, tem que passar por Manaus e Lima. Coisas de países em "franco processo de desenvolvimento", que deixaram de ser miseráveis, e estão integrando suas populações ao mundo civilizado. Assim, "compartem" melhor suas potencialidades turísticas, não é mesmo? 

Fomos obrigados a tomar um ônibus, que faria os mil quilômetros em não menos que as incríveis 29 horas que levamos nesta "viagem".  O jeito foi encarar a buraqueira e a burocracia, que só abriu a aduana brasileira na fronteira às 9 horas da manhã, prestigiado lugar onde nosso ônibus estacionou às 6 da manhã. A população local nem reclama, pois já está acostumada... Haja paciência ...

O ônibus em Rio Branco seria continuação de uma viagem que começa em São Paulo (! e termina numa cidade litorânea perto de Lima !). Estava marcado para 10 da noite, mas, a vendedora de passagens já avisou "Olha, tem dias que ele passa meia noite e meia, tem dia que passa às quatro da manhã, mas, antes de meia noite, nunca passou, não!". E não haveria de ser naquela noite que isso aconteceria. Saímos de Rio Branco 00,30 da madrugada de sábado, com temperatura ao redor de trinta graus. Ufa!

Apesar da miséria evidente, o ser humano e suas obras sempre apresenta suas curiosidades exuberantes, como a floresta que lhe serve de moradia e sustento. Paisagens belíssimas e exóticas, primeiro as amazônicas, depois, se diferenciando na subida da cordilheira, até chegar a 5 mil metros de altitude, de onde se baixa em seguida para os 3,4 mil metros de Cuzco, nosso destino final, onde chegaríamos cansados, gripados, famintos e atordoados pela altitude. Felizmente havía feito uma reserva num hotel padrão mediano, onde me esperava uma deliciosa banheira quente, no meio dos seis graus que fazia em Cuzco.  Eram 5 horas da manhã de domingo, em horário correspondente a Rio Branco.


Ao longo da estrada, observa-se várias derrubadas e os acampamentos de seus trabalhadores. 

"Chiquita" peruana embarcada em São  Paulo. "Se vá a visitar la abuela...".



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