terça-feira, 12 de maio de 2015

CRÔNICAS DE UM NOVO CAMPECHE






Caminhava pela praia do Campeche e passei por uma garota linda fazendo exercícios de Tai Chi. Pensei com meus botões: "Deve ser namorada de algum desses surfistas" e passei praticamente sem olhar para suas formas perfeitas.
Quando eu ia saindo da praia, vejo a mesma garota entrando na estreita trilha que atravessa as dunas, em direção ao Loteamento Novo Campeche, conduzindo em duas minúsculas cordinhas dois cachorrões da raça Pit Bull. Dei convenientemente um tempo bem grande para que ela se afastasse com os "bichinhos", antes de eu próprio entrar na trilha; e fiquei pensando se as nossas musas precisam assim de tanta proteção por estes lados pacíficos do Atlântico Sul.
Alguns meses atrás, enquanto caminhava na mesma praia, cruzei com um senhor de meia idade, acompanhado de uma bela cachorra preta de grande porte. Cachorra da raça canina, bem entendido! Quando iam se cruzar por mim, a cadela rosnou e se mostrou agressiva, o que fez com que ele a agarrasse e lhe colocasse a cordinha protetora. Uma vez seguro, tive coragem de abordar a questão diretamente:
--- O senhor não sabe que é proibido trazer cachorros à praia?
O homem respondeu-me com um sotaque tipicamente paulistano:
--- "E posso saber por que?".
--- Por que eles trazem doenças para a areia e ameaçam os demais banhistas.
--- Minha catchorra trazeenmdo doemzças para a praia? Você ficou louco, meuuuu? 





AGORA EU PERGUNTO: Todo o mundo ficou louco ou só eu?



segunda-feira, 11 de maio de 2015

Contos da Carochinha do Tio Pepe (Editados pela OAB)




Um dos gerentes, atenção!, eu disse "gerente" e não "diretor" da Petrobrás, indicou as contas bancárias no exterior onde ele depositou uma parte da corrupção que recebeu. Sendo um dos investigados que aceitaram fazer "delação premiada", também autorizou que a grana fosse repatriada de imediato, sem necessidade de um longo processo internacional. Valor declarado: acima de 150 milhões de reais. 

O Japão não é um país de "esquerda", muito pelo contrário, mas, por lá,  muito menos que isso faria um dirigente público cometer harakiri.  Por que num governo supostamente de "esquerda", como o brasileiro, casos como a corrupção no âmago do governo é possível? 

Recentemente o ex presidente do Uruguai, Pepe Mujica declarou que o ex presidente Lula lhe confessou que sabia do Mensalão, mas que essa era a única forma de administrar o Brasil e que ele, Lula, não tinha levado grana na jogada, embora metade dos seus deputados comprovadamente o tenha feito, conforme se apurou nos processos. Será que Lula é tão idiota para achar que nós somos débeis mentais? Evidentemente que não é uma coisa nem outra. Trata-se de mais uma operação de marketing perfeitamente orquestrada, com a cumplicidade do ex-guerrilheiro Tupamaro, convertido em doce e pacato presidente e senador que anda de fusquinha, hummmm... Nesse angu tem caroço!

De fato, Lula já tinha vendido a alma antes de ser eleito. Aceitou assumir todos os desastres e comprometimentos dos governos anteriores, todos os contratos viciados, e desistiu da sua história pessoal. Daí para desistir da promessa de fazer uma auditoria internacional nas contas públicas brasileiras, foi só um passo. Ou apenas mais um acordo secreto.  FHC,  Collor e  Sarney, nessa ordem, e todos os asseclas do trio, logo abriram várias garrafas de Moet-Chandon para comemorar o fantástico acordo. 

Portanto, fica claro que do seu programa básico Lula já tinha desistido. Teria sido tão covarde a ponto de não ousar enfrentar um congresso sem nenhuma credibilidade, e impor o respeito que um presidente eleito pelo povo tem naturalmente, com a força da caneta na mão?  Collor, com apenas 18% de apoio parlamentar, enfiou goela abaixo de todos o sequestro da poupança depositada nos bancos.  Não, Lula não é esse covarde, senão não teria chegado onde chegou, senão não teria enfrentado a ditadura,  senão não teria derrotado os pelegos que enfrentou à seu tempo de sindicalista.  Lula agiu de forma premeditada, ao admitir (ou até ordenar, quem sabe?) que seu arqui-general José Dirceu comandasse um esquema fraudulento para desviar dinheiro de contratos super faturados, afim de comprar parlamentares e os fazerem votar de acordo com a vontade do governo. Inclusive e principalmente parlamentares de sua base aliada.  Isso é incrível !  Pela primeira vez na história um governo tem que comprar seu próprio partido, para poder administrar o próprio governo, kkk.

A mesma lógica se deu em outros casos, como esse escândalo extraordinário do Petrolão. Não se sabe exatamente quanto foi desviado dos contratos superfaturados, e talvez nunca venhamos a saber. O que se sabe de certeza é que o orçamento de refinarias como a de Pernambuco, tiveram suas previsões originais de investimentos acrescidas em 300%, 400%. Outras, em cujos projetos e serviços iniciais chegaram a ser investidos dois ou tres bilhões de DÓLARES, sequer serão iniciadas e já foram descartadas, como se a gestão de empreendimentos de alta complexidade já não fosse algo completamente trivial no mundo inteiro, inclusive no Brasil, quando fora da esfera podre do governo.  

Quando uma ala da justiça ou do ministério público se enche de coragem e começa a investigar por conta própria, os militantes, agentes e aliados governistas lhes movem intensa campanha de difamação, acabando com suas carreiras, como no caso do Juiz Joaquim Barbosa do STF, ou promovendo cercos inaceitáveis, morais e políticos, contra um juiz federal como Sérgio Moro. 




sábado, 2 de maio de 2015

Biografia Musical



Considero a vida uma grande viagem. E, dentro dessa viagem, a música sempre embalou as aventuras às vezes desmioladas que empreendi. Nunca dei atenção aos projetos de riqueza, de estabilidade, de conquistas políticas, sociais ou econômicas. Sempre levei a vida como apenas uma aventura, focado no aqui-agora. Isso me trouxe muita decepção, mas, também muita consolação em saber que o que tinha que ser aconteceu a ainda vai acontecer. Tenho uma religiosidade própria, que está longe das orientações igrejeiras. 

Saí de casa com 17 anos de idade, mandei-me para Curitiba, onde vendi panelas nas ruas dos bairros mais pobres, pois tinha pavor de procurar emprego formal por que me achava incompetente na grande capital. Afinal, passei num concurso para ser auxiliar administrativo na empresa de energia e, logo em seguida, para ser programador de computador, com formação na IBM, curso pago pela própria Copel, além de ter meu salário multiplicado por 10. Rebelde e insano, como sempre, larguei esse emprego maravilhoso, onde teria um futuro garantido, e fui trabalhar na Celepar, empresa de informática do governo do Paraná, de onde fui demitido cinco anos depois, a meu ver por atividades políticas que exercia contra a então ARENA, partido político da ditadura. No ato de demissão, o chefe dos "recursos humanos" tentou me aconselhar: "veja que essa sua atividade política só lhe prejudica". Mal ele sabia que um mes depois eu estaria trabalhando na ELETROSUL de Florianópolis pelo quase dobro do salário. Claro que, por uns quinze dias, estive desesperado à procura de emprego, com duas bocas para alimentar em casa. Na empresa catarinense federal, tive várias oportunidades de evoluir na carreira, mas sempre fui boicotado por mim mesmo, através da rebeldia de sempre. Até um amigo que foi gerente da minha área, quando perdeu o cargo por razões políticas, chegou-se para mim e disse: "Que bom, Lalá, agora não és mais meu subordinado" kkk.

Somando, diminuindo e multiplicando, a divisão da minha vida resulta num ser mais ou menos desequilibrado, às vezes arrogante, atrevido e muito pouco humilde. Tenho três mantras na vida, que não consigo alcançar mas persisto em pedir ao Criador: paz, saúde e harmonia; amor, prazer e alegria; humildade, sabedoria e misericórdia, comigo mesmo e com meus irmãos humanos. 

Agora, neste exato momento, o canal de música está tocando uma canção que explica minha vida. 

  "Mister Tambourine Man" foi um enorme sucesso em 1964, quando o mundo inteiro vivia seu esplendor do movimento hippie e o Brasil se confrontava com o terror da ditadura militar. 



Outra minha preferência é a canção tradicional norte americana. Poderia citar centenas, mas, prefiro escolher um cantor do qual procuro inspiração para minha própria carreira. 


Finalmente, não poderia encerrar este artigo sem mencionar um latino americano. No caso, fico em dúvida entre citar Astor Piazzola ou a rainha de todos nós, cuja cidade fiz questão de visitar lá nos confins da Argentina. Então, opto por Mercedes Soza e assim homenageio a outra mulher fantástica que foi a chilena Violeta Parra.