sábado, 2 de maio de 2015

Biografia Musical



Considero a vida uma grande viagem. E, dentro dessa viagem, a música sempre embalou as aventuras às vezes desmioladas que empreendi. Nunca dei atenção aos projetos de riqueza, de estabilidade, de conquistas políticas, sociais ou econômicas. Sempre levei a vida como apenas uma aventura, focado no aqui-agora. Isso me trouxe muita decepção, mas, também muita consolação em saber que o que tinha que ser aconteceu a ainda vai acontecer. Tenho uma religiosidade própria, que está longe das orientações igrejeiras. 

Saí de casa com 17 anos de idade, mandei-me para Curitiba, onde vendi panelas nas ruas dos bairros mais pobres, pois tinha pavor de procurar emprego formal por que me achava incompetente na grande capital. Afinal, passei num concurso para ser auxiliar administrativo na empresa de energia e, logo em seguida, para ser programador de computador, com formação na IBM, curso pago pela própria Copel, além de ter meu salário multiplicado por 10. Rebelde e insano, como sempre, larguei esse emprego maravilhoso, onde teria um futuro garantido, e fui trabalhar na Celepar, empresa de informática do governo do Paraná, de onde fui demitido cinco anos depois, a meu ver por atividades políticas que exercia contra a então ARENA, partido político da ditadura. No ato de demissão, o chefe dos "recursos humanos" tentou me aconselhar: "veja que essa sua atividade política só lhe prejudica". Mal ele sabia que um mes depois eu estaria trabalhando na ELETROSUL de Florianópolis pelo quase dobro do salário. Claro que, por uns quinze dias, estive desesperado à procura de emprego, com duas bocas para alimentar em casa. Na empresa catarinense federal, tive várias oportunidades de evoluir na carreira, mas sempre fui boicotado por mim mesmo, através da rebeldia de sempre. Até um amigo que foi gerente da minha área, quando perdeu o cargo por razões políticas, chegou-se para mim e disse: "Que bom, Lalá, agora não és mais meu subordinado" kkk.

Somando, diminuindo e multiplicando, a divisão da minha vida resulta num ser mais ou menos desequilibrado, às vezes arrogante, atrevido e muito pouco humilde. Tenho três mantras na vida, que não consigo alcançar mas persisto em pedir ao Criador: paz, saúde e harmonia; amor, prazer e alegria; humildade, sabedoria e misericórdia, comigo mesmo e com meus irmãos humanos. 

Agora, neste exato momento, o canal de música está tocando uma canção que explica minha vida. 

  "Mister Tambourine Man" foi um enorme sucesso em 1964, quando o mundo inteiro vivia seu esplendor do movimento hippie e o Brasil se confrontava com o terror da ditadura militar. 



Outra minha preferência é a canção tradicional norte americana. Poderia citar centenas, mas, prefiro escolher um cantor do qual procuro inspiração para minha própria carreira. 


Finalmente, não poderia encerrar este artigo sem mencionar um latino americano. No caso, fico em dúvida entre citar Astor Piazzola ou a rainha de todos nós, cuja cidade fiz questão de visitar lá nos confins da Argentina. Então, opto por Mercedes Soza e assim homenageio a outra mulher fantástica que foi a chilena Violeta Parra. 






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