quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Mundos para além do visível - PARTE 1


"A Divina Comédia". Dante e sua visão do limbo astral


--- A alma imortal fica adormecida esperando o Juízo Final, que se dará com a volta de Jesus Cristo. Se ela for considerada justa e sem pecado, vai para o céu, onde passa a eternidade na companhia do Deus todo poderoso, senão, passará a eternidade queimando no inferno.

--- A depender do nível de evolução da alma, a pessoa passa para o plano espiritual ou volta para uma nova chance com novo corpo físico.  

--- Se a pessoa ainda não alcançou a evolução espiritual, vai voltar num novo corpo físico, para continuar seu aprendizado. No caso de já ser um espírito evoluído, vai para o mundo espiritual, onde será governada por seus Orixás e poderá trabalhar no aperfeiçoamento das forças da natureza da Terra (Aiyé) e do Céu (Orum).   

--- Se o fiel não seguiu as leis divinas expressas no livro sagrado, vai para o inferno, onde queimará eternamente. Se, por outro lado, o fiel se manteve digno e tiver cumprido seus deveres, vai habitar o paraíso espiritual. No caso dos seres masculinos, terá à sua disposição 72 virgens para servi-lo. 

--- Se a pessoa ainda não evoluiu até o estado de libertação final, volta para a Terra afim de continuar a roda de reencarnações, visando suas vivências de aprendizado. Uma vez atingido o estado de iluminação, cessam as reencarnações e o espírito vai para o paraíso. 

--- Cessam todos os movimentos de vida, físicos e mentais. O corpo entra em decomposição e se une aos elementos naturais. A centelha de vida que existia no corpo, se exaure no momento do falecimento.  

Vimos acima algumas das crenças sobre o que acontece após a morte de um ser humano, de acordo com algumas religiões, tais como o cristianismo tradicional e o judaísmo, o espiritismo, a umbanda e o candomblé, o islamismo, o budismo tradicional e, por fim, o materialismo agnóstico. 

A FILOSOFIA CLÁSSICA evita fazer julgamentos sobre o que cada um acha, de modo a respeitar a "verdade" de cada linha de pensamento e de cada indivíduo em particular. No entanto, uma das funções a que se propõe é pesquisar, estudar e interpretar o conhecimento atávico da humanidade, acumulado no decorrer das eras e civilizações, registrado de forma escrita ou de forma oral, com o objetivo de responder principalmente  tres questões que considera de maior relevância:

  • Quem sou eu?
  • De onde vim?
  • Para onde vou? 
Do ponto de vista filosófico, o conhecimento se adquire de dois modos: Aquele que se acessa intelectualmente através dos estudos, para o qual o indivíduo se prepara na qualidade de ALUNO.  Outro conhecimento é aquele para o qual o indivíduo se prepara fazendo algo mais do que exercícios meramente intelectuais. Isso quer dizer,  pensando de maneira investigativa; sentindo como se fosse um devoto da questão que se encontra sob investigação;  agindo de forma pública ou reservada, de modo integralmente coerente com o aprendizado que realizou. Este é o tipo de conhecimento para o qual o estudante se prepara na qualidade de DISCÍPULO.

O conhecimento antigo das civilizações pré romanas sempre era passado de mestre para discípulo, numa relação de mão dupla, pois, quanto mais ensina, mais o mestre aprende, devidamente instigado pelas dúvidas e pelos questionamentos de seu orientando. Deste modo, o objetivo de uma Escola Filosófica nunca foi o de estabelecer a verdade como dogma, senão que basear suas ações em tres princípios, a saber:
  • O estudo deve incluir sempre o componente da devoção sentimental, juntando ao processo mental um caráter de igual amorosidade;
  • A investigação deve sempre ter o propósito de elevar o ser humano, de sua condição de Persona, para tornar-se Indivíduo (aquele que não se divide), através da Consciência; 
  • O resultado do aprendizado sempre deve servir à Humanidade como um todo, buscando o aprimoramento nas áreas da política, da ciência, da arte e da religião, com o objetivo de se atingir a SABEDORIA.


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