terça-feira, 15 de dezembro de 2015

FOZ DO IGUAÇU falando em castelhano



Passeios de barco dentro do rio, são possíveis do lado argentino


Existem nove cabines de pedágio entre Curitiba e Foz do Iguaçu, num trecho de 650 km. Prepare-se para deixar ali mais de 100 reais. Além disso, as pistas são simples em mais de 80% do percurso, onde ocorrem grandes congestionamentos e acidentes, assaltos por conta da bandidagem imaginar que todos que por ali passam estão abarrotados de dólares, para as compras no Paraguai, hotéis e restaurantes que cobram o olho da cara por um serviço do tipo chinfrim, com filas enormes nos bufês e nos caixas. O que fazer? Não tem outro caminho, tem?

Tem! 
É mais vantajoso ir a Foz pela Argentina. Eu explico. 

De Florianópolis à fronteira argentina são 700 km de rodovias sem pedágios. Sessenta quilômetros antes, está a cidade de São Miguel do Oeste (SC), 40 mil habitantes, que tem uma excelente estrutura de serviços, bons restaurantes e hotéis onde se pode pernoitar a preços módicos. No outro dia, mais uma hora de viagem e você está em Barracão (PR), onde atravessa a fronteira para a província de Missiones, Argentina. É necessário obter visto de entrada, para o qual se deve apresentar Passaporte ou Carteira de Identidade recente,  e comprar uma Carta Verde, 30 reais por veículo para sete dias no país, documento vendido por vários despachantes no entorno da Aduana argentina. 

Praça central de Eldorado, Missiones


Pronto! Você já está em território inimigo, digo, argentino! Uma agradável viagem de 130 km no cenário da floresta tropical, te leva até a simpática Eldorado, localizada a dez km do Rio Paraná, em cuja margem se encontra um belo parque natural. Pode-se passar o dia e pernoitar  em Eldorado, se houver tempo,  ou simplesmente almoçar e seguir viagem. Escolha uma das várias parrilhas ou casas de massas, com o insuperável sabor argentino. Não se esqueça de encher o tanque do carro, pois aqui a gasolina está a 2,90 reais, ao invés dos 3,60 de Foz. 


Filé à parmeggiana

A estrada que leva a Iguazu, do lado argentino, é uma maravilha com 100 km de pistas duplas, segura e bem sinalizada. No caminho, vários hotéis e restaurantes de primeiro nível. E apenas um pedágio: 5 reais. Deve ser pago em pesos, portanto, se você não os comprou na fronteira, prepare-se para deixar uma propina razoável ao rapaz da cabine. Falando nisso, convém comprar os pesos dos cambistas de rua, na fronteira. Quando eu fui, outubro-2015, eles pagavam quase o dobro do câmbio oficial. 


Eu recomendo pelo menos um dia de hospedagem em Puerto Iguazu, por várias razões: 1) Hotéis e restaurantes são mais baratos do que em Foz. 2) Pra visitar as cataratas do lado argentino, aproveitando para curtir o dia em seu maravilhoso parque, há necessidade de visto de entrada no país. Visto que você já obteve quando cruzou a fronteira em Barracão. 3) Aproveite para gastar seus pesos argentinos e perder seu "peso" brasileiro, andando pelo parque imenso, repleto das cachoeiras e matas virgens. 4) Estando dentro das condições de saúde exigidas, faça o passeio de barco pelo rio, ao lado das cataratas. É como dizem: o Brasil tem as melhores vistas fotográficas, mas as quedas estão do lado argentino.   

Depois de um dia inteiro no parque, provavelmente você estará cansada. Seria bom uma segunda noite, um bom banho no hotel e uma cena à rigor. De novo, a deliciosa massa ou assado argentino, acompanhados pelo excelente vinho de Mendoza ou Salta, a preços muito melhores que os nossos melhores nacionais. Num restaurante de padrão médio, o jantar para duas pessoas vai sair em torno de 50 reais. Um vinho Norton Roble Malbec 2013, comparável aos melhores brasileiros do Vale dos Vinhedos (RS), sai por 15 reais no restaurante. Em super mercados você pode comprá-lo a 5 reais. Eu aproveitei e trouxe uma dúzia. 

Dando continuidade a essa viagem aventureira, o turista está pronto para voltar à pátria. Ao passar pela aduana não é necessário nem desembarcar do carro. Nem obter visto de volta na aduana brasileira. 

O município de Foz do Iguaçu conta com mais de seis mil hotéis e pousadas, de todos os tipos possíveis. Há resorts 6 estrelas e centenas de albergues, com várias intercalações entre hotéis de luxo, pousadas simples, etc. Normalmente se encontra hospedagem disponível, mas, o ideal é fazer a reserva antecipada. A eventual decepção com o local escolhido é menor do que a de não encontrar vaga. 

Das maravilhas de Foz não é necessário falar. A cidade foi feita para o turismo. A Usina de Itaipu é um acidente histórico geográfico, construída na época do Brasil Grande. Felizmente é nossa maior fonte de energia elétrica, embora tenha inundado centenas de quilômetros das terras mais férteis do mundo. Por causa dela, uma parte de minha família foi parar em Rondônia, onde ficaram milionários. Neste caso, a parte pobre que ficou por aqui, penhoradamente agradece aos militares brasileiros que, com a imensa barragem, tinham a intenção de ter à mão uma arma mortal em caso de conflito com a Argentina. Hoje, é também uma grande atração turística. 

Vinte dutos como esses captam a água da represa e alimentam os geradores de energia. 
        






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