sábado, 25 de junho de 2016

Construção da Pessoa, da IDENTIDADE à PERSONALIDADE


Máscara utilizada em espetáculos teatrais na antiga China



No mundo das ciências exatas os conceitos são supostamente mais bem definidos e universais.  Isto não ocorre quando estudamos o campo das ciências humanas. Muito menos quando abordamos  temas ligados a filosofia e psicologia, que estão sempre permeáveis por crenças muito pessoais, como a religião, por exemplo. As várias escolas criam abordagens exclusivistas, que raramente se compartilham entre si, até porque seres humanos costumam ver suas próprias crenças como as "mais verdadeiras". Por isso, não existe uma definição padrão do que vem a ser IDENTIDADE e PERSONALIDADE, a não ser alguns conceitos mais ou menos consensuais entre os estudiosos. 

A IDENTIDADE de uma pessoa se forma a partir de suas raízes, entendidas como sendo as suas teias de sustentação no mundo físico, tais como a Família, os Grupos Sociais de convivência, o ambiente de Trabalho, as Tradições Culturais, etc.   Isto significa que a Identidade se forma de fora para dentro, basicamente a partir das crenças que o mundo externo projeta sobre o indivíduo. Podemos dizer que na formação da Identidade, nós nos preocupamos com o que os outros pensam da gente.  

A PERSONALIDADE é o resultado de um complexo sistema de construção pessoal, que se dá ao longo da vida. Este sistema não está baseado em coisas ou sentimentos mensuráveis, mas num conjunto de componentes interligados, como uma rede pessoal interna, formada por TRAÇOS e TIPOS psicológicos.
  1.  Traços psicológicos ou pré-disposições, ou seja, o padrão de reações de um indivíduo diante de diferentes situações. Se é "introvertido" ou "extrovertido", por exemplo. 
  2.  Tipos psicológicos, um padrão estável de traços ou pré-disposições. Gustav Jung, um dos fundadores da psicologia, definiu quatro tipos psicológicos básicos: 1) os que se guiam pelo PENSAMENTO; 2) pelo SENTIMENTO; 3) pelas SENSAÇÕES; 4) pela INTUIÇÃO. 

Podemos dizer que na formação da Personalidade, nós vamos construir nossas "raízes internas", ou seja, a nossa essência, a qual tentamos espalhar pelo mundo, de modo a influenciar as demais pessoas. Inverte-se o fluxo da interação com o mundo, que agora passa a ser de dentro para fora. 

A formação da Personalidade é assunto tão complexo, que existe um ramo da psicologia dedicado exclusivamente a ela, a Teoria da Personalidade, que tem por função organizar o conhecimento decorrente das pesquisas científicas e a formulação de novas hipóteses a serem aprofundadas. 



O CAMINHO DO CRESCIMENTO PESSOAL
Das SOMBRAS à LUZ, o caminho do crescimento pessoal

Quando o mestre Jesus pronunciou uma de suas frases mais emblemáticas, ficou claro que o crescimento pessoal é uma tarefa individual e interna. Ele disse "conhecereis a verdade e a verdade vos libertará". Isso significa que a verdade reside dentro de cada pessoa, ainda que seja algo universal. Ele não disse que a verdade está sequer no cristianismo. Nem no islamismo, nem no judaismo, nem no budismo, em nenhuma religião. Na verdade, trata-se de algo a ser descoberto dentro de cada um, e cada um por si,  mesmo que se possa contar com a ajuda de nossos mestres.   

Desde a mais longínqua antiguidade, os mestres procuram passar este conhecimento para a humanidade. Platão (Grécia, 428-348 ac), ensinou que o caminho da sabedoria sai das sombras da ignorância, equivalente ao mundo físico, e conduz para o BEM, o Sol interior, ou seja, o estado de iluminação. A trilha a ser percorrida pode ser muito facilitada pela APRENDIZAGEM, que vem a ser o processo constante de aperfeiçoar-se a si mesmo, através da repetição e da inovação. Se fazemos uma coisa nova pela primeira vez, a possibilidade que dê errado é bastante grande, mas, de repetição em repetição as técnicas vão se internalizando e, com o tempo, acabam virando rotina. É hora de propor novo avanço, talvez mesmo um novo paradigma. Este é o conceito da Inovação. 

Para os Espiritualistas que acreditam nas leis do Karma-Dharma e Reencarnação, cada passagem pelo mundo físico é uma nova oportunidade. Neste caso, a nova experiência encarnada será fortemente influenciada pela Personalidade que foi produto da passagem anterior. Portanto, a construção permanente da Personalidade poderá resultar em algo melhor ou pior, mas  será sempre resultado de uma cadeia de valores anteriores, que serve de modelo inicial.  

O objetivo final da jornada humana pelas reencarnações é chegar ao Mundo Espiritual, didaticamente formado pelas sub camadas do Mundo Causal, a porta de entrada só acessável pela Consciência a partir da Intuição (Eu Superior); do Mundo Búdico, onde estão os seres ascensos já iluminados; e do Mundo Átmico, o ponto máximo da vibração divina por excelência. 

Este longo caminho é percorrido passo a passo, e não adianta tentar cortar etapas. Podemos apressar ou atrasar nossos passos, mas, cada um deles terá que ser dado. No entanto, como projeto de Mônadas em desenvolvimento, a cada nova Personalidade nós já poderemos transmutar energias, de modo a entregar um produto cada vez melhor para a próxima etapa. Este é o objetivo de cada passo da Viagem. 





     

sexta-feira, 17 de junho de 2016

ASTROLOGIA E JESUS. Transição de Era.






No ano de 1495, Leonardo da Vinci começou a pintar sua última obra para seu patrocinador, um nobre da cidade italiana de Milão. Era um afresco na parede da sala de refeições de um mosteiro na cidade. Chama-se "A Última Ceia" e retrata o Mestre Jesus em seu último encontro com os apóstolos. A obra é muito significativa como expressão das possibilidades de transição entre vários mundos e realidades. Jesus está no centro e, para cada um dos lados se reúnem dois grupos de apóstolos a conversarem,  dois do lado escuro da sala (inconsciente, signos de meses frios) e os outros dois grupos no lado claro (consciente, signos de meses quentes no hemisfério norte). A cada signo do lado claro, corresponde um signo do lado escuro. Por exemplo: Leão, representado pelo segundo apóstolo da direita de Jesus no lado claro, é o signo do coração por excelência. Tiago Menor abre os braços em expansão, como raios, já que é regido pelo Sol. Completamente fiel a Jesus, não lhe parece cabível que o Mestre possa ser traído por alguém. Já seu oposto está representado pelo segundo apóstolo da esquerda para a direita, no lado escuro. Tiago Maior representa Aquário, o signo do cérebro. Ele está conspirando no ouvido de André, enquanto toca no ombro de Pedro, conclamando ambos a se juntarem, afim de fazerem a Revolução. Enquanto Leão se veste totalmente de verde, a cor da lealdade e do amor incondicional, Aquário se veste totalmente de vermelho, a cor da paixão. Isso evidencia que cada lado tem sempre seu oposto e que a evolução está no equilíbrio.
Ao final da sala em perspectiva na obra, há três janelas abertas para o céu. Jesus nos convida a sair por aquelas janelas, mas, para fazer isso, a passagem ter que ser através dele, "ninguém vai ao Pai, a não ser por mim", ou seja, a porta para a libertação dos limites, impostos pela distorção ambígua dos lados conflitantes, é o AMOR. A lição que o Mestre Jesus tentou passar foi a do Amor, mas ele não conseguiu sucesso na sua implantação universal em seu tempo devido, embora as sementes tenham sido espalhadas. Aquário, a Era entrante, é regida pela casa dos ideais. Dos amigos que comungam das mesmas ideias. Neste sentido, a porta de passagem para a liberdade, continua sendo através do Amor.

Esta pintura representa o momento final de Jesus, antes de sua crucificação. Porém, é o momento em que se está também nascendo a Era de Peixes. A "Última Ceia" é a despedida de Jesus, para uma mudança de status. Sai do mundo dos "encarnados" para voltar para o "seu" mundo, provavelmente para o céu, o mundo átmico, dada sua condição espiritual. Nesta condição, ele não só tem poder para ir e vir na hora que achar necessário, assim como assumiu o papel de mentor espiritual da Era de Peixes. Então, na verdade, ele está se retirando pra valer apenas agora, quando a Era de Peixes anuncia seu final. Portanto, a "Última Ceia" pode ter sido concebida por Da Vinci, como representativa da transição de Peixes para Aquário.

Jesus não voltará mais. Pelo simples fato de que ele nunca se foi. Sua presença messiânica no mundo físico, deu-se por resolução divina e tinha o propósito de permitir um salto quântico da humanidade, no caminho da evolução. Este salto seria dado na Era de Peixes, e, como proposta evolucional foi um sucesso.  Para quem a aproveitou. Com o fim da Era de Peixes, Jesus vai coordenar outras missões de Luz, talvez em outros mundos. Seu papel para a Terra será assumido por outros mentores da Era de Aquário, que representarão um Avatar específico para este tempo vindouro. Com certeza, o catolicismo e seu complemento protestante não será o guia para a nova religiosidade do novo ciclo. 

Quando estava na cruz, Jesus pronunciou sua fase final: "Pai, por que me abandonastes?". Este é um dos principais pontos de discussão entre especialistas e teólogos cristãos. Jesus teria perdido a fé? Na interpretação de alguns, Jesus, na sua condição de membro da santíssima trindade, podia visualizar o resultado de seu esforço pessoal, através dos tempos. Ali, na hora extrema enquanto encarnado, soube que uma grande quantidade de espíritos continuariam na ignorância pelas eras infinitas. Não aproveitariam a oportunidade de dar o salto para o Amor, de fazer a passagem evolucional. E Jesus se lamentava por isso. Se formos observar, de fato os espíritos humanos, encarnados ou não, se encontram em diversas fases de evolução. Há os que sequer saíram da terceira raça e permanecem num nível de evolução semelhante ao dos lemurianos. Outros ainda não saíram de uma Atlântida decadente da quarta raça. Mas, felizmente já há muitas almas iluminadas encarnando nos tempos atuais, em fases bem adiantadas da quinta raça, como certas crianças que estamos vendo chegar a este mundo nestes dias. A humanidade será sempre assim, multi facetada e incongruente em seus vários aspectos espirituais. Ainda que a salvação seja oferecida para todos, sempre haverá os espíritos que irão preferir continuar nas trevas, para fugir das responsabilidades. Mas, 
não há como fugir.  Evoluir é estar sempre olhando para si mesmo.






sábado, 11 de junho de 2016

DEPRESSÃO, o mal da civilização










Tristeza e pessimismo diante de uma paisagem espetacular.

A pessoa em depressão não consegue reconhecer nada de bom no seu entorno.








Pessoas comuns e normais costumam passar por problemas e atribulações em suas vidas. Vivem bons e maus momentos, mas estão sempre na busca do equilíbrio, procurando passar a maior parte do tempo estabilizadas em períodos de sincera felicidade, mesmo sabendo que isto não será sempre possível. Pessoas em alto grau de preparo emocional oscilam menos, de modo que os percalços da vida pouco lhes afetam. 

Mas, infelizmente, por outro lado, pessoas com DEPRESSÃO passam a maior parte do tempo no lado escuro da vida e raramente encontram o prazer de viver. Não por que não queiram ou porque decidiram fazer greve contra a alegria, mas, ao contrário, parece que alguma força maior as impede de fazer qualquer movimento no sentido de sair das armadilhas. 


Alguns sintomas e sensações são comuns nos indivíduos acometidos pela chamada "doença da civilização": sensação permanente de cansaço e fadiga, falta de vontade,  distúrbios do sono, aumento ou diminuição rápida de peso, dor de cabeça, tensão muscular, dores generalizadas e baixa imunidade contra infecções e doenças. Nenhum prazer em sentir a vida pulsando..., como é natural nas pessoas saudáveis.

Segundo levantamento realizado pelo Hospital Albert Einstein, de São Paulo, a partir dos 14 anos de idade a doença se espalha de maneira uniforme entre a população brasileira, gerando dois milhões de novos casos por ano. Um estudo da OMS no ano de 2017, aponta um contingente total de 22 milhões de depressivos no país.  Estes números absurdos colocam o Brasil como o primeiro do ranking da Depressão no planeta, onde existem aproximadamente 120 milhões de doentes. O mesmo estudo apontou o Japão como o país menos depressivo, o que de certa forma vai contra o senso comum, que enxerga o japonês como um povo introspectivo e carrancudo, enquanto o brasileiro é visto como a cara da alegria. 

Este contraste desfaz um dos principais mitos da Depressão, aquele que a identifica com tristeza, sofrimento e timidez. Estes são sentimentos comuns e normais, pelos quais todos passamos em alguma fase de nossas vidas. É diferente da DEPRESSÃO, que se caracteriza pela estagnação da Energia Vital no indivíduo. Simplesmente falta vontade de viver. Ainda que a mente concreta se convença de que é necessário tomar providências para sair da situação, os demais componentes do SER se mostram incapazes de reagir. Do ponto de vista holístico e esotérico, é um corte radical no fluxo da energia prânica, o primeiro passo na alimentação do prazer de estar vivo.   

Na verdade, a Depressão é um fenômeno decorrente da falta de identidade pessoal, na qual o indivíduo não encontra amparo em suas raízes. É como uma árvore deslocada de seu ambiente natural da floresta. Vejamos o exemplo de uma árvore plantada numa calçada urbana: com o tempo vai perdendo viço, apodrecendo por dentro, até que desaba numa noite de chuva com vento, enquanto suas irmãs da floresta encontram abrigo e sustentação umas nas outras. Como parte integrante da Natureza, o Ser Humano também se nutre da energia COLETIVA. Somos diferentes fagulhas de uma mesma chama sagrada. 

Existem três principais TEIAS de sustentação para um ser humano, em seu estado atual de evolução no Planeta:


FAMÍLIA - Embora esteja perdendo importância no mundo moderno, o Sobrenome ainda é o principal referencial da RAIZ de uma pessoa. Em torno de uma herança genealógica se forma uma TEIA de interesses e responsabilidades, a chamada "honra familiar", que costumava inibir muitos desvios de caráter, além de propiciar uma noção confortável de Pertencimento. "Pai, encontrei um namorado", anunciava a mocinha. E o pai logo perguntava: "De que família é o moço". A simples menção de um Nome era garantia de procedência.  Hoje em dia, as famílias estão mais para networks (cadeias de relacionamentos), o que é diferente do conceito de Teia. Almoços de domingo na casa da Vovó não são suficientes para formar uma Teia. Provavelmente, quando a Vovó se for, a cadeia de relacionamento vai se desfazer. 

GRUPOS DE INTERESSE - Estão substituindo as famílias nos tempos modernos. Trabalho, Igreja, Bar ou Clube, etc, são pontos de onde emanam energias positivas de gratificação no convívio social, assim como sentimentos de integração pessoal. 

TRADIÇÃO CULTURAL - Passada de geração em geração dentro de uma determinada comunidade. Músicas e danças, contos e provérbios, gastronomia e folclore, etc, ou seja, tudo aquilo que caracteriza um grupo social e o identifica diante do outro.
Quanto mais enraizado o indivíduo estiver, maior será seu equilíbrio interno, o que por si só é um poderoso antídoto para a DEPRESSÃO. Na falta desses pontos de enraizamento, perde-se a sensação de pertencimento a uma EGRÉGORA, abrindo espaço para doenças como a Depressão.  A  sensação de estar "fora de contexto" é como uma floresta de eucaliptos ou pinus-elliotis, onde os passarinhos não fazem ninho nem os animais selvagens proliferam: é tão estéril que não obedece a inteligência natural, que a tudo procura adaptar e integrar. 
   
ATITUDES ANTI DEPRESSIVAS  

Sendo tipicamente uma doença associada à INÉRCIA, a Depressão perde força diante de  algumas atitudes que se pode tomar na realidade cotidiana:

  • Diminuir gradativamente a tendência de auto punição. É um processo de reeducação da baixa auto estima. Significa ir trocando dores maiores por dores menores, ante a impossibilidade imediata de eliminar as penas auto impostas a si mesmo pelo indivíduo em depressão. 
  • Nunca deixar a Espera matar a Esperança. O ditado "quem espera sempre alcança" nem sempre se aplica. Muita gente passa a vida esperando estar preparado para uma determinada aventura ou ousadia, mas isto nem sempre é possível. O encontro da "oportunidade" com o "preparo" só acontece para quem ousa. Alguns chamam esse feliz evento pelo nome de Sorte, mas, assim como nas loterias, só ganha quem compra um bilhete. 
  • Tomar decisões. Quem decide corre o risco de errar. Aquele que não decide, já fracassou. 
  • Autorizar a si mesmo o bem que faz aos outros. É muito comum entre pessoas depressivas não se sentirem no direito de obter qualquer tipo de gratificação prazerosa, como o crente que espera um lugar no Céu, pelo qual necessita pagar com seu sofrimento e dor aqui na Terra.   
  • Perdoar, sempre. Depressivos costumam se achar injustiçados pela vida. Pode ser que sim, pode ser que não! Pela via das dúvidas, convém perdoar a todos. Mágoas e raivas só alimentam o sentimento de revanche, que é altamente prejudicial a uma vida saudável. Quem busca a vingança sempre terá o próprio EGO como foco. E este atributo da Personalidade nunca será bom conselheiro. A chave do desapego está no PERDÃO. Mas, atenção! Perdoar não significa apenas "esquecer". O verdadeiro perdão está no ato de lembrar todos os detalhes e, ainda assim, torná-los completamente irrelevantes para o seu atual momento de vida, até um provável ponto onde seja possível rir dos acontecimentos passados. 
  • Fixar metas atingíveis.  Para se convencer de que é "um caso perdido", o depressivo se impõe objetivos muito acima da sua capacidade de realização, onde o fracasso é garantido, realimentando a baixa auto estima. É preciso fixar metas não tão fracas que não representem desafio algum, nem tão altas que se mostrem impossíveis. Se necessário, deve-se buscar ajuda de outra pessoa mais experiente. 
  • Buscar o crescimento espiritual. Não se tem notícia de um mestre espiritual depressivo. Indivíduos que estejam verdadeiramente no caminho da ascensão espiritual, costumam passar anos isolados, sem o auxílio de bases familiares ou grupais, e no entanto são pessoas naturalmente otimistas e conectadas com a alegria de viver. Suas Teias de sustentação são INTERNAS, e estão fincadas em práticas de reconexão com a energia da verdadeira Fonte Divina. As práticas de Meditação é o caminho inicial que leva ao Nirvana.



segunda-feira, 6 de junho de 2016

Da Atlântida a Platão, a busca pela Justiça.





O mundo dito cristão e ocidental deve sua base civilizatória a três culturas diferentes: a Hindu (seis mil anos a.c.), a Egípcia (três mil anos a.c.) e a Grega (500 anos a.c.). Apesar disso, a história oficial conta que o que se pode chamar de civilização ocidental, começou com a fundação da Igreja Católica, pelo imperador romano Constantino, em Milão, no ano 313 d.c.   À par dessa narrativa, floresceram outras culturas no planeta, claro, mas nunca foram devidamente integradas, pelas próprias dificuldades de comunicação e isolamento das diferentes civilizações. China e Japão são os exemplos mais significativos. Desenvolveram uma interessante linha de filosofia e religião, baseadas no hinduismo. Eram completamente isolados do resto do mundo, até que em 1853 quatro navios de guerra norte americanos aportaram na baía de Tóquio, apontaram seus canhões para a cidade e exigiram a abertura dos portos japoneses para os navios estrangeiros. A China, por sua vez, só se abriu depois de vinte anos da chamada Guerra do Ópio, mantida pelos ingleses e aliados contra os chineses, obrigando-os igualmente a abrirem seus portos para o comércio em 1860. Apesar das terríveis condições em que a abertura se deu, tratou-se de episódios civilizatórios, sem dúvida, dando início a uma nova era de desenvolvimento no Planeta Terra. 

O início do atual ciclo da vida no planeta se deu com a destruição de Atlântida, um continente que teria sido habitado por seres humanos de grande beleza plástica e inteligência, localizado no que é hoje o Oceano Atlântico na altura da entrada para o mar Mediterrâneo. Vários autores modernos e da antiguidade descrevem o que teria sido a vida neste continente. Um deles foi Platão, um dos mais brilhantes filósofos gregos. A destruição do continente equivaleria à descrição bíblica do Dilúvio. A população atlante que não pereceu no cataclisma se reagrupou na região do Himalaia, fundando o Tibet, no que deu início à civilização Hindu. 

Cidade da Atlântida

Civilização Egípcia

Civilização greco-romana


Ao longo dos milênios, os hindus se espalharam pelo mundo abaixo da Índia e Paquistão, gerando novas civilizações pela Pérsia, Arábia e Egito. Por volta de 2.000 a.c., um grupo de povos originários da Índia se concentraram nas ilhas entre o mar Mediterrâneo e o mar Egeu, gerando a civilização grega. Um ramo civilizatório adentrou à Europa, criando a cultura Celta, grandes artistas dos temas místicos, cujos descendentes, ao invadirem Roma, decretaram sua divisão e declínio no ano 476 d.c. 

Civilização Hindu


A partir do ano 500 a.c., deu-se o auge da civilização grega e seus grandes filósofos pensadores. Pitágoras, Sócrates, Platão e Aristóteles foram os principais. Muitas obras produzidas neste período seguem sendo básicas para a humanidade.



A REPÚBLICA de Platão é uma dessas obras básicas, concebida como um ensaio sobre a sociedade perfeita. Ela reproduz diálogos imaginários entre Sócrates (então já falecido) e os dois irmãos mais velhos do próprio Platão, Glauco e Adimanto, além de mais alguns personagens circunstanciais.  É o Diálogo mais célebre de Platão, com dez grandes capítulos chamados de Livros. Cada um deles é dedicado a um tema principal, embora um seja praticamente continuidade do outro.

O primeiro livro trata de responder a questão 'EM QUE CONSISTE A JUSTIÇA?".
Logo na abertura do Livro 1, Sócrates vai conduzindo um longo debate com alguns jovens, onde se argumenta que ser JUSTO é trabalhoso e difícil, enquanto ser INJUSTO é mais fácil e prazeroso. Por que então as pessoas seriam JUSTAS? 



Ao longo dos livros 2, 3 e 4, tenta-se detalhar o que seriam os PRINCÍPIOS DA JUSTIÇA. Aqui, Platão delineia sua famosa tese semelhante às castas indianas, provavelmente sem saber delas. Trata-se de dar ordem ao Estado, dentro do princípio de que CADA UM DEVE FAZER AQUILO QUE LHE CABE, sem diferenciação hierárquica de poder ou de riqueza. À categoria dos dirigentes, por exemplo, não é permitido gerar descendência nem possuir bens materiais. Que tal?

O Livro 5 fala especificamente das condições de ascensão para a SOCIEDADE IDEAL. Nele encontramos a DIALÉTICA DA LINHA DIVIDIDA, mostrando que o conhecimento é fundamental para a ascensão em direção ao BEM, ou seja, ao estado de excelência do ponto de vista individual tanto quanto social.

O Livro 6 fala do MITO DA CAVERNA, explicando que aquele que se liberta das ilusões pode ver o sol sem cegar-se. A este seria bom entregar a responsabilidade de DIRIGIR a sociedade organizada, que equivaleria ao atual moderno conceito de Estado.

Quando chega nos Livros 8 e 9, Platão fala da inevitável decadência da Cidade/Estado, quando o poder se concentra numa dada aliança oligárquica, levando ao individualismo dentro da democracia, que fatalmente redundará na TIRANIA.

Finalmente, no Livro 10, Platão conjectura sobre a função e a importância da ARTE, MORAL e FILOSOFIA.